Os
remédios caseiros mais populares eram azeite e vinho, usados no tratamentos de
inúmeras moléstias. O “bom samaritano” talvez não tivesse conhecimento de
medicina, mas sua primeira preocupação ao socorrer o homem que fora assaltado,
foi aplicar óleo e vinho aos ferimentos dele (Lc 10.34). Algumas vezes, eles
misturavam os dois elementos; em outras, aplicavam-nos separadamente.
O
azeite tinha um significado mais cerimonial do que medicinal.
Outra
finalidade do azeite era aliviar o cansaço dos viajantes fatigados.
Certa
vez, Jesus teria gostado que lhe tivessem ungido a cabeça com óleo, pois estava
cansado (Lc 7.46). Alguns óleos e perfumes podiam atingir preços altíssimos (Mt
26.9), dependendo das essências que eram adicionadas a eles.
O vinho
era outro usado para curar tudo. É possível que, em muitos casos, as pessoas
tomassem quando não sabiam mais o que fazer. Quando alguém sentia um mal-estar
indefinido talvez experimentasse tomar vinho na esperança de melhorar o ânimo.
Se alguém desmaiava, davam-lhe a bebida para restaurar-lhe a disposição. Mas
se, por outro lado, uma pessoa se mostrava perturbada ou nervosa, davam-lhe a
bebida para que relaxasse. Nos funerais, os parentes do morto costumavam beber
dez copos de vinho. Mais tarde, esse número foi reduzido.
O
próprio Paulo recomendou esse remédio caseiro a Timóteo (I Tm 5.23). A prática
de indicar o vinho para indisposições estomacais provavelmente estava
relacionada com o costume de se misturar essa bebida à água para destruir as
bactérias e micro-organismos que ainda hoje causam enfermidades nos habitantes
do Oriente Médio. Essa medicação popular era resultado de observação, e não de
teorias científicas, já que ainda não existiam microscópios.
Manual
dos Tempos e Costumes Bíblicos
Pag.
81 – Willian L. Coleman - Betânia