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segunda-feira, 14 de outubro de 2013
A Confusão das Línguas Estranhas
Hoje em dia há muita confusão sobre o assunto de 'línguas' entre os que trabalham com a Palavra de Deus.
A Bíblia é uma só.
Convém um estudo mais detalhado para esclarecer o que a Bíblia diz sobre as 'línguas' no Novo Testamento.
Palavra “Língua” no NT
Quatro palavras Gregas usadas como 'línguas' no NT.
1. GLOSSA - significa:
a) a língua, um membro do corpo, o órgão do corpo, um órgão de fala;
b) uma língua; como a linguagem ou dialeto usado por um povo, distinto das linguagens de outras nações.
2. DIALEKTOS - significa:
a) conversação, ato de falar, discursar, linguagem,
b) a língua ou linguagem peculiar de um povo.
3. HEBRAISTI - significa: em Hebraico, por exemplo, na linguagem da Caldéia
4. HELLENIKOS - significa: da Grécia
Os usos destas palavras gregas:
1. GLOSSA é a palavra grega mais usada no NT (no singular é usada umas 30 vezes e no plural umas 25 vezes). Sempre que se vê a palavra 'língua' ou 'línguas' no NT e que não conste na lista das outras palavras gregas, ela vem desta palavra que significa ou a língua como órgão do corpo ou uma linguagem peculiar de um povo.
L I N G U A G E M : I C o 1 4 : 2 6 ;
NACIONALIDADE: Ap 5:9; 14:6; ato de falar: I Cor 14:9; Tg 1:26; I Jo 3:18;
ÓRGÃO: entre os usos vede At 2:26; Rm 14:11; Fl. 2:11; Tgo 3:5-8; I Pe 3:10;
LINGUAGEM DESCONHECIDA: 6 vezes: ICo 14:2,4,13,14,19,27.
2. DIALEKTOS, é uma palavra grega usada só 6 vezes no NT, 5 vezes como 'língua' e uma vez usada como 'linguagem'. LÍNGUA: At 1:19; 2:8; 21:40; 26:14; 22:2; LINGUAGEM: At 2:6. Observe especialmente o uso em At 2:8 comparado com At 2:6.
3. HEBRAISTI, é usada só 3 vezes no NT e sempre para apontar a LINGUAGEM HEBRAICA: Jo 5:2; Ap. 9:11; 16:16
4. HELLENIKOS, é usada só 2 vezes no NT e sempre para apontar a LINGUAGEM GREGA: “gregas”, Lc 23:38; “em grego”,Ap 9:11
As Ocorrências da palavra “Língua” no
Novo Testamento.
Aprendemos muito sobre um assunto examinando como uma determinada palavra foi usada no NT. Como ela é usada determina, em muito, como é a doutrina baseada nela. Examinamos os casos onde a palavra “língua” ou “línguas” é usada com referência a igreja e onde ela não é usada com referência a igreja. Em tudo podemos aprender a nortear nossa prática de línguas na igreja para ser igual àquela do NT.
O “falar em línguas” é usado em três ocasiões no Novo Testamento:
1. At 2:4 - descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes.
2. At 10:44-48 - Evangelho aos gentios na casa de Cornélio.
3. At 19:1-7 - Batismo com autoridade entres os 12 discípulos em Éfeso.
OBS: Não foram contadas as vezes em I Co por não haver a certeza de que as
línguas foram praticadas, pois a palavra 'se' (I Co 14:6, 14, 23) ou 'ainda que' (I Co 13:1) é usada antes da palavra 'língua' para mostrar uma suposição de uso e não um uso de fato.
“Falar em línguas” não é usado nos seguintes casos:
1. Conversões: Paulo (At 9:1-9); Eunuco (At 8:35-40).
2. Acontecimentos Espetaculares: Avivamento (At 4:31-37); Morte de Estevão (At 7:54-60); Paulo recupera a visão (At 9:17-20); Recebimento de visões (At 16:9-13).
3. Atividades da igreja: consagração dos diáconos (At 6:1-7); consagração dos anciãos (At 14:21-23); chamada dos missionários (At 13:1-4); crescimento da igreja (At 16:4,5; 19:13-20); batismos, Paulo (At 9:17-20), Lídia (At 16:13-15), carcereiro (At 16:25-31); Ceia do Senhor (Mt. 26:26-29)
O “falar em línguas” tem limitações:
1. não tem preeminência sobre outras atividades na igreja - I Co14:5,23
2. não é para ser praticada por mulheres na igreja - I Co 14:34,35
3. deve ter intérpretes - I Co 14:27; se não tiver, não deve ter línguas, I Co 14:28
4. as línguas não devem acontecer todas de uma vez, I Co 14:30,31
5. línguas são sinal para os infiéis - I Co 14:22
6. nunca devem provocar confusão - I Co 14:31-33,40
7. são temporárias até que o Novo Testamento seja completo, I Co 13:8;Ap 22:18,19
OBS: Como os trovões e relâmpagos sobre o monte Sinai quando Moisés recebeu a lei (Êx. 19:16) assim o acontecimento no dia de Pentecostes (At 2:1-8) era limitado para aquela única ocasião.
Apesar de línguas ser um assunto muito polêmico nos dias de hoje, quero assim mesmo fazer aqui uma tentativa de compreensão do texto para podermos dar, no agrado de Deus, a correta interpretação dos acontecimentos atuais (da Bíblia para os acontecimentos = teologia sistemática), ao invés de tentar-se acomodar simplesmente os acontecimentos dos dias de hoje no contexto bíblico (das manifestações para a Bíblia = teologia situacionista). A relevância do assunto não nos pode deixar indiferentes porque a conclusão não é neutra, portanto mãos à obra.
O Caráter do Texto
Que Línguas Eram Essas?
Sugiro para tanto que o leitor sublinhe primeiramente na sua Bíblia, no texto de I. Co 12:13 e 14, todos os trechos que caracterizam a doutrina correta de Paulo em oposição às doutrinas errôneas dos Coríntios. Os advérbios: por isso, ora, mas, porque, pois, não, pelo contrário, para que, de maneira que, porventura, ainda que, porém, também, contudo, etc., tão abundantes no texto, o identificam claramente como texto corretivo. Algo estava profundamente errado na igreja de Corinto e precisava ser corrigido. Alias já no primeiro versículo do capitulo 12 Paulo não deixa dúvidas sobre isto. O versículo implica que Paulo os considerava ignorantes quanto aos dons espirituais. A identificação do caráter do texto é fundamental para a compreensão do mesmo. Caso contrário podemos confundir um “puxão de orelha" com uma afirmação doutrinária. Sobre as línguas de Pentecostes não temos tantas dúvidas. Como se manifestavam, como eram recebidas pelos ouvintes, que línguas falavam, etc. (At 2). A opinião predominante da atualidade, no entanto, é de que as línguas dos Coríntios eram diferentes das línguas de Pentecostes. No cap. 14 Paulo discursa muito sobre o problema das línguas, sem ser específico, no entanto, sobre os detalhes de quais as línguas que falavam, e creio que por isso as pessoas se confundem com o dom de línguas. Mas no vers. 21, citando uma profecia do V.T. Paulo deixa claro, sem margem de dúvidas o que são as línguas sobre as quais discursa, para nós nebulosamente, por tanto tempo. Creio, no entanto, que é importante, primeiramente identificarmos o povo ao qual Deus falará em outras línguas. É à igreja de Cristo ou é ao povo de Israel? O efeito, ou melhor, a falta do efeito do falar em línguas estranhas identifica o povo. O "Assim mesmo não me ouvirão" deixa claro que as "outras línguas" do texto se referem ao povo de Israel. Pois, é este que não deu ouvidos ao chamado de Deus; um fato histórico. E com que línguas Deus falará a Israel? “Homens de outras línguas...” - línguas estrangeiras. No V. T. Deus costumava falar a Israel, através dos profetas de Israel (salvo raras exceções). Agora a situação mudou, será por intermédio de estrangeiros e por línguas estrangeiras, conhecidas pelos ouvintes Judeus (At 2: 8- 11). Não há a menor dúvida, as línguas dos Coríntios eram as línguas de Atos. Paulo aplica os textos da lei e do profeta Isaías às
manifestações de línguas em Corinto. Quem somos nós, a quase 2000 anos dos acontecimentos, para questionarmos a
interpretação dada pelo apóstolo Paulo, o qual esteve pessoalmente lá e pessoalmente falou mais em línguas do que os demais? O dom de línguas, portanto, consiste em louvar a Deus em uma língua, sem tê-la anteriormente
aprendida. Paulo interpreta o ver. 21. (O que nós já fizemos anteriormente) no vers. 22 "um, sinal para os
incrédulos". Alguns vão pensar: “Mas Paulo! Tu te contradizes logo no próximo versículo!” Paulo se refere aos judeus incrédulos.
A Quem Eram Dirigidas?
LÍNGUAS simplesmente por “incrédulos" (vers.22) e aos gentios crentes por “indoutos" (indoutos = não instruídos na lei mosaica) e aos gentios incrédulos de "incrédulos" (indoutos) (vers. 23). Para os judeus crentes o sinal de línguas não tinha mais sentido pois já criam em Jesus Cristo. Para os gentios, crentes e incrédulos, era loucura. Línguas tinham, portanto, só um sentido como sinal para os judeus incrédulos, e assim mesmo somente para a condenação, porque "assim mesmo não me ouvirão". Assim também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para a edificação da igreja (I.Co. 14:12). A finalidade dos dons espirituais é a edificação da igreja e não a do indivíduo. Pelo posto até aqui fica agora fácil entender o texto todo.
Vamos seguir por alguns versículos do capitulo 14. Vers.2 O "...pois quem fala línguas..." se contrapõe a “.... mas principalmente quem profetiza..." do vers. 1, e ao "...mas o que profetiza...” do vers. 5, e fere o objetivo dos dons
espirituais, que é edificar a igreja. Louvar a Deus em público, em voz alta, em uma língua estrangeira desconhecida, fala mistérios do ponto de vista dos ouvintes. Vers 4 "O que fala em outra língua, a si mesmo se edifica". Atrapalhar aqueles que não entendem o que é falado, de ouvirem algo edificante que possam entender é falta de amor (Cap.13).
Vers. 5 "... quisera que vós todos... (falassem) línguas, muito mais..." Vers. 39 “...não proibais o falar em outras línguas". O sinal de línguas era obviamente importante para os judeus incrédulos, representantes da nação de Israel,
que freqüentavam as reuniões da igreja da época, e, portanto, as duas referências (Vers. 5 e 39) faziam muito sentido e também eram importantes para a época. Mas com a gradual redução de judeus incrédulos nos cultos no decorrer do tempo, ou, eventualmente, já tão cedo como a destruição de Jerusalém pelo General romano Tito, a qual eliminou até 1948 a existência formal da nação de Israel, ou 1967, com a retomada de Jerusalém, a manifestação de línguas deixou de ter um objetivo, cumprindo-se.
Um Instrumento Para a Edificação Própria?
o versículo 8 do capitulo 13 "... línguas cessarão. Vers. 6 a 10. Neste trecho Paulo expõe o absurdo de alguém insistir em louvar a Deus em público em uma língua desconhecida aos ouvintes. Vers. 11. A igreja é a comunhão dos Santos. A língua é o instrumento mais poderoso de se estabelecer esta comunhão, por isso ela deve ser de conhecimento comum dos congregados.
Vers.13 O dom de louvar a Deus em uma língua não aprendida, pelo poder do Espírito Santo, aparentemente implicava que aquele que a falava, geralmente não era capaz de repetir o conteúdo na língua de conhecimento geral dos congregados, daí a ênfase dada à oração pela interpretação. Segundo os estudados da língua original, as palavras: "língua" e "interpretação", não possuem os significados a eles geralmente atribuídos hoje Entende-se por "língua" no texto original "língua" ou "dialeto" falado pelos povos desta terra e "interpretação" a simples tradução, palavra por palavra, portanto, totalmente descabíveis quaisquer significados místicos. Vers. 14 O espírito, de fato, é frutífero no louvor, mesmo quando se ora em uma língua desconhecida (vide o exposto sobre o versículo anterior). A mente, no entanto é infrutífera porque é ela que se expressa através da palavra falada aos presentes. A implicação é óbvia, de que não se tratava de um êxtase em silêncio, porque neste caso não se poderia afirmar de que se tratava de uma língua. Uma língua exige a produção de "ondas sonoras" com um significado definido. De fato o louvor em línguas era em voz alta, mas - desconhecida à maioria ou totalidade dos congregados. Vers. 15 "Que farei, pois?" Implícito nesta pergunta esta a negação do versículo anterior. Não devo mais orar em uma língua estrangeira em público. Devo sim, no amor de Cristo, contribuir para a edificação do corpo de Cristo, e é exatamente isto que Paulo, na seqüência deste mesmo versículo, ensina. Freqüentemente tenho observado pessoas que já amam, ou melhor simpatizam com a causa de Cristo, mas ainda não se converteram, sentirem constrangimentos em reuniões de oração. Mecanicamente lêem ou repetem orações decoradas, mas seus espíritos dificilmente "ultrapassam o teto do recinto”. Deus é Espírito: e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade (Jo. 4:24). Na oração, meu espírito está em Deus, mas as palavras estão com os ouvintes, frutificando as suas mentes para que comigo adorem a Deus em espírito e acrescentam o amém como se também fossem as suas próprias orações.
Por esta razão devo adorar a Deus simultaneamente, em espírito e com a mente. Da mesma forma o canto. Os cantores se dirigem (deveriam se dirigir) em espírito a Deus mas através da letra cantada frutificam o louvor nos corações dos ouvintes, para que também eles se unam em espírito ao louvor.
Muitos querem separar as orações e cantos em “no espírito" e “na mente” como se fossem dois eventos separados. O que Paulo quer dizer de fato é exatamente o contrário: nunca divorcie o teu espírito de tua mente. No contexto com o
vers. 14 isto fica bem claro. Vers. 16 e 17 são uma extensão do vers. 13. Vers. 19 Paulo de fato tinha mais necessidades de falar em línguas estrangeiras, do que os demais, devido às suas inúmeras viagens. Vers. 19 No contexto até aqui apresentado não mais nos parece exagero de Paulo afirmar que palavras com entendimento tem 2000 vezes mais valor do que línguas. Aqui também fica claro o termo anteriormente referido como "com a mente" o qual é sinônimo de "entendimento". Vers.20 A frustração de Paulo com a igreja de Corinto chega neste versículo ao ápice. A igreja de Corinto, de fato, tinha um juízo de meninos.
Será que nós passamos disto?
Vers. 28 "Mas não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus'" (Veja o exposto sobre os vers. 2,4 e 15). Orar em uma língua que os demais desconhecem é efetivamente falar consigo mesmo. Em outras palavras, cale-se, mas continue orando; "sem emitir ondas sonoras". O texto não implica que isto seja em línguas, nem que isto seja em casa. Não temos portanto a base bíblica para afirmarmos que línguas são para a edificação pessoal. Nem faz sentido algum alguém afirmar que está caladamente falando em uma língua. O texto desconhece o cantar em línguas. O vers. 1 do cap. 13 não permite esta extrapolação. Neste versículo Paulo simplesmente contrapõe uma tese impossível à ação sem amor, para evidenciar a absoluta necessidade de o amor motivar todas as nossas ações.
Agora você poderia se dizer:
"Tudo bem, eu concordo em parte, ou integralmente, com aquilo que foi apresentado neste artigo, mas comigo e ou na minha igreja línguas funcionam mesmo, portanto são a manifestação dos dons espirituais motivados pelo Espírito Santo.
A maioria das coisas também funcionam nas religiões pagãs e nem por isso podemos afirmar que procedem do Espírito Santo. Aliás, esta é exatamente a base das religiões pagãs, a experiência. O cristianismo, em contrapartida, surgiu através da revelação divina e é dela que decorrem as nossas doutrinas e práticas. Ela é a verdade e esta verdade devemos declarar o nosso inalienável amor, a nossa lealdade e a nossa obediência, expurgando tudo o que à ela é estranho, para evitarmos de cair em erros graves sob a condenação conforme II Tess. 2 9-11. Deus, na sua misericórdia queira investigar a intenção de nossos corações. O pacto de mentira entre Ananias e Safira levou os dois à morte, apesar de mutuamente se armarem, uma lição dura para nós de não aceitarmos um pacto de amizade e de respeito mútuo entre irmãos em detrimento da Palavra de Deus.
Conclusões: As palavras 'línguas' e 'língua' no Novo Testamento têm significados específicos. Entendendo melhor o significado e os usos das palavras 'língua' e 'línguas' podemos saber que o que aconteceu no Novo Testamento foi limitado a ocasiões e aos participantes e que os usos foram qualificados conforme detalhadas instruções bíblicas.
A
Bibliografia:
Números e explicações das palavras gregas de:
Strong's Concordance of the Whole Bible,
Strong, James LL.D., S.T.D; Abingdon,
Nasville, EUA, 1981
Extraído sob autorização do site:
http://apologetic.freeyellow.com/movimesp.htm
Pr. Calvin G. GardnereU
Waldemar Janzen
Trabalho coligido
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